A pandemia de COVID-19 deixou os ricos ainda mais ricos, é o que revela o índice de Bilionários da Bloomberg, divulgado nesta segunda-feira (4). Ou seja, são os trabalhadores mais pobres que estão pagando a conta da maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século.
Segundo o levantamento, as fortunas das pessoas mais ricas do mundo somaram mais de US$ 1,8 trilhão em lucros, no período. Isso representa uma alta de 31% na comparação com 2019 e a maior registrada no índice.
Liderando a lista dos bilionários, Jeff Bezos (foto), CEO da Amazon, viu sua fortuna crescer para US$ 77 bilhões no ano passado e agora acumula mais de US$ 191,8 bilhões em seu domínio.
Enquanto isso, do outro lado da corda, estima-se que 40 milhões perderão seus empregos e 52 milhões de pessoas entrarão na faixa de pobreza na América Latina e Caribe, até o fim da pandemia.
No Brasil, a taxa de desemprego foi de 14,3% no trimestre de agosto a outubro deste ano e atingiu 14,1 milhões de pessoas. Os dados foram divulgados no final de dezembro e fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pandemia também aumentou o número de pessoas abaixo da linha da pobreza, no país. Situação que deve ser ainda mais agravada com o fim do auxílio emergencial, já que o governo decidiu não prorrogar o benefício. A última parcela foi paga em dezembro.
Segundo o próprio governo, até dezembro, 67 milhões de brasileiros receberam o auxílio emergencial, o que certamente minimizou os impactos econômicos da pandemia de covid-19.
“Os dados escancaram uma desigualdade absurda e desumana, de penalização dos mais pobres enquanto os ricos estão cada vez mais ricos. E, a falta de políticas públicas, sociais e econômicas, para conter os efeitos da pandemia devem agravar ainda mais a situação. É muita crueldade. Fora Bolsonaro!”, disse a presidente do STPMJ, Sueli Cruz.