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Forte manifestação dos professores faz Câmara de Jacareí adiar votação de projeto que excluía a categoria do dissídio coletivo

Cerca de 400 professores municipais de Jacareí lotaram a Câmara durante a sessão dessa quarta-feira (27). O motivo do protesto foi o projeto do executivo encaminhado à Câmara que concederia 5% de reposição salarial para os servidores, mas excluiu os professores municipais. O projeto estava na pauta de votação.

A administração alega que os professores já tiveram os salários reajustados, o que não é verdade. Essa afirmação da Prefeitura de Jacareí se refere  a uma determinação do Governo Federal que definiu o piso nacional dos professores com jornada de 40 horas para o valor de R$ 3.845,63, para a ano de 2022, homologada pela Portaria n° 67, de 4 de fevereiro de 2022, do Ministério da Educação (MEC), que a administração foi obrigada a se adequar. O prefeito Izaías Santana (PSDB) mandou projeto à Câmara regulamentando o novo piso no município, no começo do mês, e a proposta foi aprovada durante sessão do último dia 13.

No entanto, o STPMJ não concorda com essa alegação. Afinal, o dissídio é coletivo e negociado pelo Sindicato anualmente, para toda a categoria. E nenhum servidor deve ser excluído.

Além disso, é bom destacar que a implementação do piso nacional só foi necessária no município porque os salários dos professores estavam muito defasados e bastante abaixo da média praticada em outras cidades de mesmo porte.

“Não foi uma bondade do prefeito regulamentar o piso. Ele foi obrigado a isso. Agora o dissídio, que repõe apenas uma pequena parcela da inflação acumulada do período, tem de ser pra todos. Senão, todo o esforço de regulamentar o piso vai por água abaixo, já que os salários vão ficar desvalorizados de novo. A reposição inflacionária deve ser para toda a categoria”, disse a presidente do STPMJ, Sueli Cruz.

O valor do piso salarial da categoria é calculado com base no repasse do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). Como houve reajuste no valor previsto para o repasse aos municípios, então o piso municipal foi instituído pelo governo federal.

Revoltados e com cartazes em mãos os professores mostraram muita disposição de luta.  Gritando “Ô Izaías, se não pagar o professor vai parar” e “Sem professor, não tem vereador!”, os parlamentares ficaram pressionados e a sessão, que começou às 9h, foi paralisada por duas vezes, na tentativa de buscar solução para o impasse.

A administração chegou a apresentar proposta de 4% a todos os servidores, durante a sessão. No entanto, não era possível aceitar já que as assembleias que consultaram a categoria já aprovaram os 5%.

Sem saída, por volta das 14h a votação do reajuste dos servidores foi oficialmente adiada, e deverá acontecer em uma sessão extraordinária no próximo dia 5 de maio (quinta-feira), às 18h. Até lá, a categoria espera que a Prefeitura dê uma solução para incluir os professores no dissídio.

“Os professores fizeram uma forte mobilização que surpreendeu os vereadores e a administração. Estamos otimistas que a prefeitura vai repensar a decisão e dar uma solução para que ninguém fique de fora. A disposição de luta é grande. Parabéns aos professores. Vamos à luta”, finalizou Sueli.

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