Neste sábado (20), Dia da Consciência Negra, entidades do movimento negro e movimentos sociais realizarão manifestações em todo o país e também no exterior para, além de levantar a bandeira antirracista, também pedir o impeachment de Bolsonaro.
Aqui em Jacareí o ato, convocado pelas entidades que compõem a Frente de Lutas de Jacareí, da qual o STPMJ faz parte, acontece nesta sexta-feira (19), a partir das 18h, na praça Marielle Franco, no bairro Jardim do Marquês. Todos estão convidados a participar.
Também está previsto um grande ato #ForaBolsonaroRacista neste sábado, na avenida Paulista, em São Paulo.
Quem foi Marielle?
O dia 14 de março de 2018 ficou marcado na história do Brasil. Nesse dia, a vereadora do município do Rio de Janeiro Marielle Franco foi covardemente assassinada no centro da cidade após ter sido baleada enquanto estava no carro com seu motorista e sua assessora.
A morte gerou uma comoção mundial. Milhares de pessoas compareceram ao seu velório e por dias as homenagens se espalharam pelas cidades do Brasil e pelo mundo.
Marielle foi desenhada em muros, se tornou nome de ruas em grandes cidades do mundo e virou um símbolo de luta e resistência contra o machismo, racismo e a homofobia.
Em Jacareí, após muita luta e polêmicas, no dia 15 de setembro foi inaugurada a praça Marielle Franco, localizada em um bairro operário, o Jardim do Marquês.
#ForaBolsonaroRacista!
Este ano, por conta do cenário desolador, de crise social, disparada da inflação e aumento da pobreza e da desigualdade, por toda parte, a mobilização unificou as pautas específicas do movimento negro às lutas urgentes da classe trabalhadora brasileira para fazer grandes atos por Fora Bolsonaro em todo o país.
E o motivo é um só: a gestão e o comportamento do presidente Jair Bolsonaro são os grandes responsáveis pela tragédia econômica e social vivida pelos brasileiros. E, nesse cenário, a população negra, por diversos aspectos, é a mais impactada.
Afinal, os números da pandemia mostraram que o índice de mortes por Covid-19 entre negros e negras é maior do que para a população branca.
Esse foi um dos dados do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Covid) do Senado, que apurou a atuação e omissão do governo Bolsonaro no enfretamento desastroso à pandemia. Dados levantados pelo Instituto Polis, mostra que a taxa de mortalidade por Covid-19 entre homens negros foi de 250 por 100 mil habitantes, enquanto a de brancos foi de 157 óbitos por 100 mil habitantes.
Outro dado, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), aponta que negros representam 57% dos mortos pela doença enquanto brancos são 41%.
Somado a tudo isso temos ainda dados consistentes que revelam que a população negra é a maior vítima da violência no país.
De acordo com o último Atlas da Violência, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em dez anos (2008 a 2018), os casos de homicídio de pessoas negras (pretas e pardas) aumentaram 11,5%, enquanto de pessoas não negras apresentou queda de 12,9%.
Negros são maiores vítimas do capitalismo
Segundo especialistas, a pandemia mata mais negros e negras por uma série de fatores, mas há alguns que se destacam. Um deles é a baixa longevidade da população negra, que grande parte vive em condições precárias, sem acesso a serviços públicos básicos, como água tratada e saneamento básico, por exemplo.
Além disso, é essa parcela da população que está mais exposta à violência, tem menor poder aquisitivo e atua, predominantemente, em trabalhos braçais, mais pesados e mais expostos a riscos.
Portanto, o simples fato de a vacinação ter começado pelas faixas etárias mais altas, por exemplo, acabou atingindo o público que tem a expectativa de vida maior no Brasil. Que não é a população negra.
Além disso, como integram as camadas mais pobres, são os negros que ocupam as moradias mais precárias, pequenas e com número grande de familiares. Fator que aumentou consideravelmente o risco de contágio, já que essas pessoas não tiveram a possibilidade de manter o distanciamento social, nem evitar o transporte público lotado, mesmo nas piores fases da pandemia.
Por tudo isso, a unificação das lutas neste ato de 20N #ForaBolsonaroRacista, que tem também pautas como a geração de emprego decente, pelo fim da fome e da miséria e contra a política econômica do governo Bolsonaro foi consenso entre as entidades que integram a Campanha Nacional Fora Bolsonaro e as que organizam, já há alguns anos, os atos de 20 de novembro.
Participe!