A notícia de que uma rede de clínicas particulares articula a compra de 5 milhões de doses de vacinas contra o COVID-19 para imunizar apenas quem tem dinheiro para pagar pelo atendimento na rede privada gerou discussões e recebeu críticas de usuários das redes sociais, nesta semana.
Afinal, se isso se concretizar, mais uma vez veremos o aprofundamento da desigualdade no país. Desta vez, ameaçando a saúde e, consequentemente, a vida dos mais pobres. E isso ocorre porque mais uma vez assistimos à postura irresponsável e genocida do atual governo que brinca com a saúde das pessoas e, até agora, não apresentou nem mesmo a previsão de um calendário efetivo de vacinação para todos.
O corpo mole do governo pode ser proposital: justamente para beneficiar as clínicas particulares e diminuir assim a demanda nacional pela vacina gratuita, que é direito de todos e todas.
SEGUNDA ONDA AVANÇA
E tudo isso fica ainda mais cruel quando vemos que ocorre justamente quando já observamos o avanço da segunda onda da pandemia, com crescimento vertiginoso no número de casos e mortes.
Até esta quarta-feira (6), o Brasil já acumula mais de 7 milhões de infectados e 197.132 mortes. E o país já voltou a registrar mais de mil mortes por dia. Por conta disso, em algumas cidades já vemos retornar as dramáticas cenas de câmaras frigoríficas sendo utilizadas para comportar corpos, como em Manaus, além das filas para conseguir um leito de UTI e até para sepultamentos.
Se isso não bastasse, a situação que tende a se agravar nos próximos dias, segundo especialistas, por conta das aglomerações das festas de fim de ano, impulsionadas pela negligência por parte dos governos estaduais e municipais, além da sabotagem e campanha de Bolsonaro contra as medidas de isolamento social e de uma real prevenção, como o uso de máscaras.
EM JACAREÍ, NÚMEROS DISPARAM
Em Jacareí, a situação não é diferente: os casos de contaminados disparou no último mês.
Segundo os boletins divulgados pela própria prefeitura, e que estão disponíveis no site para consulta (jacarei.sp.gov.br), no dia 4 de dezembro a cidade já tinha 4.457 casos confirmados, 175 mortes e oito internações, por conta da doença.
Um mês depois, no dia 4 de janeiro, o número de contaminados saltou para 6.170 casos confirmados, com 189 mortes e 38 internações. Ou seja, quase dois mil casos registrados em um único mês.
“A vacinação é um direito e não um privilégio. Não podemos admitir essa postura genocida do governo Bolsonaro, que brinca com a vida da população. A luta da classe trabalhadora deve sempre ser pelo fortalecimento do SUS e pela vacinação gratuita e para todos, já!”, disse o diretor do STPMJ, Willian Otávio Pereira.