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STPMJ participa de ato, neste sábado (22), que marca os 10 anos da violenta desocupação do Pinheirinho, em São José

Acontece neste sábado (22), a partir das 10h, o ato político de caráter nacional para lembrar da truculenta desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. A manifestação será em frente ao terreno da antiga ocupação, na Estrada do Imperador, no bairro Campo dos Alemães.

Ao todo, quase 200 instituições sindicais, movimentos sociais, partidos políticos e figuras públicas apoiam o ato. O STPMJ também vai participar.

A manifestação terá também a participação de ex-moradores do Pinheirinho, que foram expulsos sem aviso prévio pela ação violenta da Polícia Militar, orquestrada pelos governos municipal e estadual do PSDB, em 22 de janeiro de 2012. Toda a população está convidada.

Luta por moradia
A histórica Ocupação Pinheirinho durou oito anos. Nesse período, os moradores deram uma função social ao terreno abandonado que pertencia à massa falida da empresa Selecta, pertencente ao grande especulador imobiliário Naji Nahas.

Esquecidos pelo poder público, as cerca de 1.800 famílias transformaram a área em um verdadeiro bairro, com igrejas, pontos de comércio, quadra de esportes e plantações.

Dez anos depois, o terreno do Pinheirinho de 1 milhão de metros quadrados voltou a ser uma área sem qualquer função social. A Selecta, que foi favorecida pela Justiça e pelos governos com a reintegração de posse, nunca pagou e continua, até hoje, sem pagar um centavo do imposto sobre o terreno.

Além disso, as famílias nunca tiveram reparação pela injustiça e pelas violações daquele 22 de janeiro.

Uma crueldade que não pode ser esquecida.

Operação violenta
Em 2012, as famílias foram despejadas com muita violência. Uma megaoperação da Tropa de Choque da PM chegou à ocupação ainda de madrugada. Os moradores foram expulsos de suas casas sem sequer poder retirar documentos, pertences e animais de estimação. Seus direitos foram violados com auxílio de helicópteros, cavalaria, cães farejadores, bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha.

Duas pessoas morreram e cerca de nove mil ficaram desabrigadas. Homens, mulheres e crianças se viram na rua, com a roupa do corpo, sem ter para onde ir. No mesmo dia, as casas começaram a virar entulho, sendo demolidas com tudo dentro.

As famílias foram levadas para abrigos improvisados, onde viveram por meses até receberem um auxílio que era insuficiente para se manter.

À frente da operação estavam Geraldo Alckmin, então governador de São Paulo, e Eduardo Cury, ex-prefeito da cidade, ambos do PSDB.

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